sábado, 7 de novembro de 2009

(Noite Estrelada - Van Gogh)


"Mas como cheguei aqui
os astros podem contar
no dia em que me perdi
foi que aprendi a brilhar

Eu vi
Virei estrela"

(Maria Bethania)

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Abram as portas...


Sempre gostei de The Doors, mas hoje notei uma coisa muito interessante sobre a banda. Realmente as músicas abrem as portas da percepção como já filosofava Jim, é aquele, Morisson sabe. É só você ouvir uma música que te leva a outra e assim vai.

Como se a música deles tivesse algum magnetismo ou alguma energia desconhecida mas altamente contagiante.

Eu adoro rock e acho que é ele pode sim mudar o mundo e o eixo das coisas. Me faz desligar de tudo. Você não consegue se concentrar nos seus problemas ou na conta que tem que pagar amanha ou naquele cliente pé no saco. Aquele momento é você com você mesmo. Com tudo que você é e realmente acredita. Por isso é uma força movedora, extremamente poderosa.

Conheço a história do Jim Morisson, todo mundo sabe que ele tomou todas e que usou tudo que tinha que usar, escolha inteiramente dele. Mas o gosto psicodélico, essa liberdade de jogar com o desconhecido ficou impregnada na música do Doors. Uma música sexy, forte, bem elaborada...

Bem Lizard King (Rei Lagarto) hoje abri as portas da minha consciência pra ti nem que seja por 40 minutos e voltei a sentir a liberdade de não pensar em nada, mas de sentir. A gente pensa de mais e a vida podia ser bem mais simples. O que vocês acham? Somente "Love Me Two Times a Day" é suficiente pra mim. Acreditem, o resto é o resto...

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

As duas velinhas de aniversário...


Geralmente as pessoas ficam melancólicas perto da data do aniversário. Eu não, fico feliz como se fosse o primeiro. Ansiosa..esperando o 30 de Outubro chegar feito criança. Pois é, refletindo esta semana sobre o assunto me dei conta de que gosto demais do meu dia porque fui ensinada nessa direção. De volta à velha infância me recordei de um livro que adorava e ainda gosto e que está em Tramandaí, na minha mesinha de cabeceira - As Duas Velinhas de Aniversário - Abigair Ramos. Minha mãe costumava ler ele pra nós (Eu+Simone) antes de dormir e eu adorava. Conta a história, óbvio, de duas velas de aniversário que passam poucas e boas na festa de uma menininha. Mas sobreviveram! Acho que é por isso que inconscientemente eu resgato sempre uma ou duas velinhas do meu bolo...

Por isso que todo dia 30 de outubro la estarei eu sempre, aconteça o que for...(e eu sei o do que estou falando!), sozinha com as pedras ou acompanha, comemoro, sempre porque cada ano significa mais uma vitória de nos mesmos perante a vida.

Adoro rituais e esse e um dos meus favoritos, por isso eu me celebro antes de qualquer um. Espero ansiosamente a meia noite do dia anterior pra começar a comemorar. Ja que tenho somente um ano em minha homenagem que sejam as 24 horas!


Tantas memórias gostosas vem na minha mente quando lembro desse dia e escrevo isso do trabalho ('e deveria estar trabalhando) com olhos mareados lembrando das festinhas aqui em casa, do negrinho (brigadeiro) feito por mim, dos discos da Xuxa tocando sem parar, cachorro quente da vó, dos concursos de beleza nos quais eu cantava Marisa Monte (naquele tempo já) e todo mundo ficava me olhando, pensando o que que é isso? Nas festonas, no Abbey (Menina Veneno nas minhas "bodas de prata"-25 anos e festa Anos 70. Quem viu meu pai de peruca comprida e meu avozinho querido do lado da caixa de som? E Alemão Ronaldo tocando?. Alternativo, pagodeira, a ultima com a participação do Lau. American Bowling (cantamos na primeira vez e na segunda alguém cantou pra nos)....Todas essas lembranças, todas estas caras e abraços, vivem no meu álbum de aniversário virtual...

Agradeço muito todas as pessoas que fizeram parte deste ano, que me ensinaram alguma coisa, que me estimularam a ser uma pessoa melhor, de todas as maneiras!

domingo, 18 de outubro de 2009



(Richard Avedon)


E o mestre Zen disse, veremos...

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Terça chuvosa




A cada dia que passa mais me
convenço de que o desperdício da vida
está no Amor que não damos,
nas forças que não usamos,
na prudência egoísta que nada arrisca
e que esquivando-se do sofrimento
podemos perder também a Felicidade.
A dor é inevitável -
O sofrimento é opcional.“

*Carlos Drumond de Andrade

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Vitrola...

Da série o que eu estou ouvindo agora:

Não preciso me justificar...todo mundo sabe que eu adoro rock and roll e vou viver e morrer um dia nele pra sempre. Mas estou ouvindo alguma coisa de música eletrônica sim, devo confessar.

Entre uma pesquisa básica e palpite de amigos catei dois moços bonitos e talentosos...Bom, não quero mais nada né?

Então anotem aí pra depois ir correndo ao You Tube:

1. Fedde Le Grand: Ele é Holandês do queijo amarelo, mas não possui endereço fixo já que está sempre tocando mundo a fora. Cara de muito tímido e concentrado. Realmente não é o tipo de DJ show off. Faz o tipo mais toco do que falo. Faz boas parcerias e um house muito do bom pra dançar. Me apaixonei a primeira vista pelo seu novo single "Let Me Be Real". Tá aí no site dele: http://feddelegrand.com/. É música pra dançar a noite toda. P.s.: o clipe do novo single também é muito bom.



2. Parov Stelar: Este é Austriaco e faz também o gênero faço mais do que mostro. Pertence a um gênero mais alternativo de música eletrônica, muito interessante e refinado. Faz uma mistura de jazz, break e música eletrônico da boa. Tocou muito aqui em Amsterdã, tem inclusive uma música dedicada a nossa querida cidade, chamada "Lost in Amsterdam". Muito boa combinação. Gosto das faixas "Starlight", "KissKiss" e "Kiss Me Twice", esta última minha favorita. O site dele: http://www.myspace.com/stelar1

Do absoluto imaginário...


O nome dessa coluna faz referência ao livro do francês Bernard Werber, fantástico e infelizmente ainda não traduzido para o português. Bom o livro é sobre várias abobrinhas, como o significado do bolo de aniversário, entre outros.

O que me fez lembrar da minha coleção de abobrinhas coletadas mundo a fora. Enfim...cobversando com uma amiga esses dias ouvi uma das frases mais interessantes da face da terra...

1. Sobre objetos desaparecidos e o fato que sempre tenho que comprar meias:
"Uma professora minha da faculdade me disse uma vez que as meias (um pé delas geralmente e as tampas de tupperware vivem em uma dimensão paralela". Fantástico! É a perfeita explicação para o fato que depois de dois meses de uso um pé das minhas meias simplesmente desaparece. E a outra vai para o saco ou melhor o buraco negro das meias perdidas. A pergunta que não quer calar é...para onde vão as do outro pé? Estarão sendo usada por nossos amigos extraterrestres talvez. Ou foi meu gnomo que escondeu? Pego ele...As tampas dos tupperwares seguem na mesma direção.

2. Porque, ó meu Deus, porque toda e qualquer mulher morre de vontade de mudar o corte do cabelo e depois que o faz se arrepende tremendamente? Existem aquelas que não admitem nem sob tortura este fato por orgulho da própria decissão. Mas é fato comprovado por mim há uma semana atrás que mudar por impulso dá em bobagem. Você fica 50% do seu dia tentando se convencer de que fez a coisa certa, que está lindo e tals e os outros 50% quer hibernar e somente voltar a público depois que ele crescer todo de novo. Quero saber quem foi o inteligente que disse que cabelo curto (calma aí o meu está médio e bem bonitinho) não dava trabalho? É o dobro do trabalho. Tenho saudades da minha juba rebelde, mas estou contente com a mudança. Tenho que recriar um novo estilo, como se não tivesse nada pra fazer. E a biba que cortou me disse que foi a melhor idéia que eu já tive nos meus "quase" 32 anos. Poxa, imagina as piores o que não foram então...Deixa pra lá agora é esperar...

Bom, em breve mais informações inúteis para a Enciclopédia do Absoluto Imaginário

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Sushi Kings

Existe um lugar aqui em Amsterdã abençoado para os chamados sushi lovers.
Nome: Tokyo Cafe - localização: Spui

E aí fomos, nosso grupo luso-brasileiro a comer sushi, tudo e mais um pouco.
Funciona assim: das 18h as 20h (porque o restaurante é tão cheio que eles dividem de duas em duas horas os turnos da comilança) todos tem direito a pedir cinco pratos diferentes a cada rodada e são três! Estávamos em 12 pessoas. Agora imaginem a quantidade de comida.

Só tem uma regra absoluta que diz que ao final paga-se por cada peça de sushi não comida EUR 1,50. Bendita sacola que eu trouxe da livraria e que serviu de doggy-bag para um amigo que desfrutou no dia seguinte de todas aquelas maravilhas...

Bom gastei nessa brincadeira gastronômica apenas EUR 25.00 com direito a sobremesa, duas cervejas e duas colas (coca-cola aqui).

Banzai! Volto sempre que me chamarem!



quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Multimídia...

Tá bom...Está na hora de eu abrir a "Caixa de Pandora" das minhas preferências, em termos de multimídia, é claro. Pouco a pouco vou jogando aqui e ali coisas legais (ou ao menos que eu acho legais) pra vocês...

Breakfast at Tiffany's (Bonequinha de Luxo): Quem me conhece sabe que eu adoro um filme antigo com todos os seus ruídos, cores não tão vibrantes mas com ótimos textos e interpretações. Sou louca por este filme e por todo figurino que Audrey Hepburn usa no filme. A história num conto, veja por você mesmo mas só pra você saber foi baseado no romance de Truman Capote (ótimo escritor americano que eu recomendo também). Conta a história de uma garota que só pensa em festa mas...aí você vai descobrir.




Audrey Hepburn como a party-girl Holly Golightly no papel da sua vida.


Coraline Clement: Muito bom é pouco pra descrever a música desta francesa que canta bossa-nova entre outras coisas. Umma charmosa e sensacional combinação de língua francesa com o balanço da nossa bossa. Amo de paixão a música "Samba de mon coeur qui bat". Nascida em uma família de músicos dá pra ver que ela tem base! Bote esse nome no www.youtube.com e aproveite comigo!



Coraline Clement, como Nelson Motta já disse: a prova de que bossa nova foi feita pra ser cantada em francês (em português também, diga-se de passagem!)

sem título...



SONHAR É ACORDAR-SE PARA DENTRO. (Mario Quintana)

(foto: Fira - Santorini - Grécia)

P.S.: Eu ainda vou ter uma foto aqui...

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Música nas ruínas de Sarajevo....

10 Minutos...

Tem dia que a gente tá chateado, que não vê saída pra nada e ainda por cima bate aquela saudade louca da sua cama box, vazia no seu ex-quarto na casa dos pais...Comida da mãe, café na vó...Existem dias assim, principalmente pra quem é praticante do exílio voluntário. Geralmente o repé vem no domingo, como em qualquer lugar do mundo. Ainda mais durante aquele domingo que é coincidentemente uma daquelas datas comemorativas melosas tipo o dia dos pais.

Num destes dias cinzentos fui chorar as pitangas na casa do Jorge, meu amigo portuga e vizinho, mas antes de tudo amigo de todas as horas. E a queridíssima da namorada dele, Svetlana, sérvia me contou uma história de arrepiar os cabelos do braço.

Todo mundo sabe da Guerra da Bósnia-Herzegovina, que destruiu os Balcãs aí pelos anos 90. Pois é, a Lana não sofreu nenhuma baixa na família porque a cidade dela era longe. Mas ela tem uma amiga que morava em uma das partes ocupadas com franco atiradores e tal. A família da amiga teve a sorte de ser avisada de que eles teriam 10 minutos pra pegar itens essenciais para sobrevivencia e deixar uma casa de uma vida toda, sem olhar pra trás. Os pais pegaram documentos e a menina um álbum de fotografia.

Alguns dias atrás uma amiga muçulmana me disse uma frase muito sábia: Só sobrevive que não esquece das suas origens e foi o que a menina Bósnia fez, num ato de pânico e desespero por salvar a memória que a fez viver os tempos difíceis de refugiada de guerra.

Não sei se foi o vinho do Porto ou a história ou ainda por cima o jeito que a Svetlana contou mas eu realizei que o camundongo que mora na minha casa era tão assustador assim.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Junho...


Junho foi tão ocupado, passou tão rápido que eu sou capaz de esquecer alguma coisa pelo meio do caminho. Então resolvi fazer uma retrospectiva dos eventos em ordem cronológica, por favor, note:

1.Dafni: É a minha colega holandesa, da gema ou melhor do queijo bem amarelo assim. Cheia de historias pra contar, umas ate surpreendentes e impublicaveis. Bom, ela me convidou para uma janta grega (sim ela é meio grega) regada a vinho rosé na casa dela. Para abrir o apetite...uma caminhada em um bosque perto da casa dela. E eu fiquei completamente surpresa com a beleza do interior. O cheiro verde, os caminhos marcados por árvores irregulares e as vastas plantações. Foi como estar em casa, no meu Rio Grande do Sul novamente. Delicioso.

2.AC/DC: Sem duvida nenhuma, uma das grandes bandas da historia do rock and roll. Povo do trabalho nunca imaginou a gente lá, três meninas, que gostam de coisas de meninas, mas roqueiras até o último fio do cabelo. E é pra lá que fomos, rezar na igreja do rock. Fantstico ouvir hits como Back and Black ao vivo. O show é mesmo como uma ''railway to hell'', duas horas e meia de show sem parar. Fora o solo de 20 minutos do Angus Young, que com certeza é o cara da banda. Sem voz e descabeladas, voltamos pra casa mais leves no efeito anti-depre to rock.

3. Visita do Fabrício: Grande amigo-arquiteto de Barcelona que veio descobrir as maravilhas escondidas na curva de cada canal de Amsterdam. Volte sempre, diversão mais que garantida!

4. Passeio de barco: Três inesquecíveis horas junto com as pessoas mais legais da Booking.com, faltaram algumas mas os principais estavam lá. Música no máximo e pé na tábua porque o dia é de sol e um drink com o vento em popa, não acontece todo dia.

5. MJ: Fiquei sabendo um dia da morte do Rei do Pop porque um site não-oficial já espalhava o boato. Sabe aquelas coisas que você não acredita? Sério, a saída de cena de Michael Jackson trouxe a tona um belíssimo capítulo da minha vida: a minha infância. No sexta-feira mesmo descobrimos ao acaso uma festa de homenagem a MJ pertinho do meu trabalho. Fiquei surpresa e deixei todo mundo de boca aberta quando sabia de cor quase todas coreografias dele, aprendidas desde pequena, como ele graças aos show dominicais que eu e meus primos obrigávamos minha vó a assistir. Adorei recordar em cada letra, uma memória perdida nos leves e risonhos dias de crianças prodígios. E chorei quando ouvi Ben, me lembrando da história do ratinho. A propósito, tenho meu Ben particular na cozinha, mas isso já é uma outra história.

domingo, 7 de junho de 2009

Povo Brasileiro


Uma das coisas mais interessantes que aconteceu em Barcelona foi que estando com brasileiros falamos sobre a nossa situação de brasileiros no exterior. A velha questão: Should I stay or should I go, como já cantava o "Clash".

Os estereótipos são tristes: mulher brasileira é prostituta e o homem é vagabundo, não importa quantos Phd's você tenha. Não tenho do que reclamar porque o povo aqui na Holanda é muito aberto e receptivo. Geralmente eles não julgam para não ser julgados. Para eles você pode ser e fazer o que quiser, desde que não interfira na liberdade alheia. Perfeito, não?

Mas em alguns países europeus, curiosamente com a mesma raiz latina do que nós, a regra vale. E aí você vê muitos brasileiros negando a pátria, tentando esconder a origem para não pagar pelos maus exemplos.

Dois livros explicam a nossa origem e o porque de termos um país tão lindo, grande e produtivo com uma administração tão falha. Isso mesmo, pra mim o Brasil é uma empresa com um imenso potencial e com uma administração pobre, porque a maioria dos "empregados" desta não pensam nela como um todo. Os livros - 1808 de Laurentino Gomes e O Povo Brasileiro do antropólogo Darcy Ribeiro. Um amigo que leu o segundo me deu uma explicação muito coerente sobre este sentimento. É o seguinte: o primeiro brasileiro foi filho de um português com uma índia, assim renegado pela tribo por ser filho de um invasor e muito menos pelos portugueses por ser fruto de o amor com uma selvagem. Então, historicamente o brasileiro é um renegado desde o seu descendente número 1.

Uma coisa que eu sempre gostei sobre história é isso: você tem que conhecer seu passado para entender o presente e talvez mudar o futuro. Quem nem diz Sartre: "O importante não é aquilo que fazem de nós, mas o que nós mesmos fazemos do que os outros fizeram de nós". Tem muita gente boa no Brasil. Gente criativa, inteligente e honesta e a anos luz de Portugal que surpreendentemente é considerado o terceiro mundo da Europa. Somos camaleões. Ferrenhos trabalhadores, com misturas loucas e multi culturas. Estima-se que 90% da população brasileira tenha pelo menos 1 descendente índio ou negro na família. Diz a lenda que eu tenho um índio guarani na minha que aparece em uma pessoa somente em cada geração. Graças a Deus acho que carrego esta bênção no meu código genético.

Por isso brasileiro a próxima vez que te perguntarem da onde você é diga com a boca cheia de orgulho: sou brasileiro. Porque não é sua nacionalidade que faz você mas é a gente que faz ela.

P.S.: De acordo com a polícia espanhola o passaporte mais roubado é o brasileiro! E eu que pensava que era o europeu...Porque todo mundo pode passar por brasileiro, de boca fechada é claro!

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Todas as cores de Barcelona





Voltei mais colorida de Barcelona...
Definitivamente.
Sou da filosofia de que cada vez que você viaja seja para um país diferente ou a vila ao lado você sempre carrega uma bagagem boa na alma.
Barcelona é uma cidade feita de um céu azul anil, muita arquitetura antiga e pessoas de cabeça muito fresca. Veja Gaudí, Miró e Picasso, só para começar.
Melhor do que qualquer guia de turismo e ter um local para te guiar pelos melhores caminhos das estreitas alamedas, com balcões cheios de flores e roupas multicolores penduradas na janela.
Mensagens por tudo. Povo de opinião fuerte que cospe na rua o que pensa em grafites (como diria um amigo meu - a versão moderna das pinturas rupestres), na música forte, nos passos de dança ou somente no que colocam no corpo e, o que mais me agradou, nas rodas de amigos conversando e tomando cerveja na rua ali sentados no chão.
Os horários loucos do povo catalão, tipo siesta as 2 da tarde (todo comércio fecha literalmente a portas cerradas) e reabrem aí pelas 5 horas. É um longo ritual de criar, comer, beber e outras cositas mais que corre durante o dia.
Noites quentes, cheias de música, como um concerto de cordas com dança espanhola (coisa de bairro por lá), fazem parte do dia-a-dia.
Tudo é muito alternativo e inovador, como Gaudí com sua Sagrada Família que está eternamente em reforma, afinal não é fácil continuar o trabalho de um mestre que há um século atrás pensava e criava obras de arte concretas que eu acho que jamais vão ser igualadas.
O Picasso de Barcelona é um gênio em fase de desenvolvimento. São seus primeiros passos e sua história. Sem palavras mesmo sabendo que de palavras ele tinha muitas, para explicar seu mundo e sua arte também. Minha preferida: La inspiración existe, pero tiene que encontrarte trabajando (A inspiração existe, mas tem que te encontrar trabalhando).
Miró então...tão simples e abstrato ao mesmo tempo, mas sempre atual. Meu favorito da arte catalã. Um prazer ver de perto uma arte tão palpável. Um colorido que te submerge, que te abraça num sorriso.
Mas o que me toca sobre Barcelona é que a arte não está somente nos museus mas na rua e você de uma certa forma faz parte desta gigante tela, porque a arte nada mais é do que um retrato da realidade, seja ela como for, depende da sua interpretação.

Mais fotos: http://picasaweb.google.com/anawolf2/Barca?feat=directlink

terça-feira, 12 de maio de 2009

Oh, I get by with a little help from my friends...


Fui visitar uma amiga hoje e na volta de bici, naquele momento onde nem você sabe por onde anda seu pensamento me lembrei desta música dos Beatles e resolvi falar de amizade. Desta coisa tão leve e tão forte ao mesmo tempo.

Sei que muito já se falou sobre o assunto mas quando a gente não tem a família por perto e que entendemos o valor da frase: amigos são a família que a gente escolhe...
Adoro a minha família...meus pais são um casal em plena adolescência e minha irmã minha total e completa alma gêmea...Sem falar no resto dos mais velho aos mais novos, gosto de todos pelos seus defeitos e qualidades. Mas os amigos uma força mágica coloca no nosso caminho.

Sempre em todas as minhas aulas da faculdade eu sabia que a pessoa que sentasse do meu lado no primeiro dia seria minha amiga pro resto do semestre e iria ficando na minha vida.

Aqui é terra de ninguém, somos todos estrangeiros e acho que até os próprios holandeses se sentem um pouco estrangeiros em Amsterdã. Pudera, também convivendo com mais de 100 nacionalidades diferentes. É a sede da ONU sem politicagem, com coffee shops espalhadas pela cidade e um bairro só pra elas.

Mas o que faz uma família de amigos? São as afinidades? A língua materna? Acho que não só por estes quesitos óbvios se forma um grupo de amigos mas pelo sentir que estas pessoas te darão o que elas podem no momento em que você precisa. E te dar a mão, um abraço, ajudar na mudança, comemorar datas importantes, comemorar sem data marcada, te ouvir ou só estar ali.

Ninguém é uma ilha..já dizia um escritor que eu nem me lembro o nome. A maioria dos bebes dos orfanatos não sobrevive sem calor humano, sem toque, sem um olhar, sem uma palavra de incentivo. Quem dera eu pudesse estar com todas elas. Quem dera elas pudessem ter amigos tão especiais e únicos como os meus.


P.S.: Só para o registro...minha amiga espanhola que eu fui ver hoje, tá com a boca imensa. Ela caiu depois de voltar de uma festa muito louca, a festa da lama. Quebrou o dente da frente...tá linda. Mas falou uma coisa tão linda quando a gente estava se despedindo que me fez escrever este texto extremamente sentimental. Ela disse assim: só vocês aqui já me fazem me sentir melhor...Será que eu estou naquele período de hormonios psicopatas?

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Hoje eu sou aquela mulher...


Há alguns anos atrás tive um namorado que me disse, assim como quem não quer nada, que que ele queria muito conhecer a mulher que um dia eu viria me tornar...Claro ele foi meu segundo namorado e eu na altura das meus vinte e poucos, muito poucos, fiquei um pouco ofendida.

Agora eu sei e sinto o que ele quis dizer...

Para se tornar realmente uma mulher a gente tem que passar por uma série de experiências. Umas uma prazeirosas e outras nem tanto assim. Tem que conhecer os extremos da vida, dar a cara a tapa, ir ao encontro de experiências.

Ontem eu assisti ao filme do Jim Carrey o Yes Man!, esperando não muito, quem sabe uma diversão de fim de noite, mas a mensagem do filme apesar da história ser contada nos moldes hollywoodianos é muito forte. É tão forte que toma conta de todo resto. O filme conta a história de um cara que levou um fora da mulher e se enterrou vivo. Sempre tinha uma desculpa pra não viver novas experiências, pra literalmente ser o melhor cliente da locadora de vídeos (quem não passou pela fase da locadora de vídeos levante a mão...). Até um dia em que ele vai, carregado por um amigo, a um culto chamado Yes Man! e é obrigado a dizer sim pra tudo que lhe é proposto. E é aí no meio de muitas roubadas que ele encontra uma outra garota, aprende muitas coisas novas que lhe podem ser úteis no futuro (e elas sempre são) mas basicamente tem um encontro fantástico com ele mesmo.

Quem não se encontra não pode se doar por inteiro. Acho que a proposta de uma vida inteira é este encontro primeiro conosco e depois com o mundo. É saber que a gente nunca está sozinho quando tem a si mesmo. Que abre uma enorme gama de possibilidades quando tem o que dar. É ser bom e paciente consigo mesmo, porque só assim a gente consegue olhar para o todo, com nossos próprios olhos. Olhos que sempre se renovam, assim espero.

Hoje posso dizer que eu conheço esta mulher de que ele falava, não completamente, mas vai ser uma experiência e tanto passar a vida inteira tentando intende-la, uma charada fascinante...

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Tiramisu - (Mi è piaciuto molto...)


Chantilly:
• 500 ml de creme de leite fresco gelado
• 1 colher (sopa) de extrato de baunilha
• 5 colheres (sopa) de açúcar
Creme de Mascarpone:
• 2 colheres (sopa) de creme de leite fresco
• 4 colheres (sopa) de açúcar
• 1 pote de mascarpone italiano em temperatura ambiente
Licor de Café:
• 1 pacote de biscoito champagne
• 4 colheres (sopa) de açúcar
• 50 ml de rum
• 75 ml de café expresso frio


Creme de mascarpone: bata o mascarpone com o açúcar e o creme de leite na batedeira em velocidade média por 5 minutos.

Chantilly: bata na batedeira em velocidade média o creme de leite, a baunilha e o açúcar, até obter ponto de chantilly. Misture com o creme de mascarpone e reserve na geladeira.

Licor de café: misture numa tigela o café expresso, o rum, 500 ml de água e o açúcar até ficar homogêneo.

Disponha o creme de mascarpone com chantilly em tigelas individuais. Coloque por cima os biscoitos champanhe embebidos rapidamente no licor de café. Finalize com outra camada de creme de mascarpone com chantilly. Decore com cacau em pó e baunilha.

DICA:

Para substituir o queijo italiano mascarpone, misture cream cheese com creme de leite em lata, na proporção de dois para um.

DICA2: Para entrar no clima cozinhe ao som de Paolo Conte...o jazz man italiano, bom demais....

domingo, 3 de maio de 2009

Se nada der certo, eu viro hippie!


Pois é, o título da crônica de hoje é o famosos nome de uma comunidade do Orkut que eu acho o máximo: Se nada de certo, eu viro hippie!

O sujeito perde o emprego, a mulher deixa ele e ainda por cima ele está pra ser despejado do seu apartamento...aí ele decide se matar, mas antes (porque eles nunca vão sozinhos) ele decide prejudicar alguém bem famoso, em uma celebração pública e acaba matando 4 pra isso. Se você pensa que isso aconteceu no Brasil está muito enganado. Foi aqui mesmo, na Holanda, quinta-feira passada no Dia da Rainha na frente da excelentíssima e de toda sua comitiva.

Motivo...a crise, que é pauta de todos jornais por aqui quase que diariamente. Cada vez mais eu me convenço que eles não sabem o que é crise e muito menos não sabe lidar com o fato de que a perfeição do seu mundo financeiro vai ser atingida por uma onde fiscal.

Mas come on a estrutura, a base de toda organização desta sociedade é tão sólida, que é óbvio que esta crise é passageira. No Brasil vivemos em crise desde o descobrimento (fato descrito no brilhante livro de Laurentino Gomes sobre a vinda da família real portuguesa para o Brasil - vale a pena ler!). Nascemos em plena crise lindas! Como diz meu cabeleireiro aqui que é brasileiro também e sabe muito bem o que é inflação. Por isso que eu tenho vontade de rir quando os europeus começam a falar de crise como se fosse o fim das férias duas vezes por ano e eu sei que não é, muda-se o roteiro das férias, mas aqui elas são sempre garantidas!

É a ameaça a essa equação exata em que eles vivem pode significar o fim dos tempos. Como um amigo italiano comentou estes dias que enquanto eles discutem quantos milhões vão fazer a menos ainda tem gente morrendo de fome na África. Realmente a mundo não olha pro lado certo. Alguém devia promover excurssoes para o Paraguai pra demonstrar quais são as condicoes de trabalho subhumanas de uma criança de 4 anos, descalça e no meio da rua vendendo bala porque senão ela não come a noite. Falta de opção, isso sim é que é crise...o resto é bobagem. Se nada der certo a gente já sabe como bom brasileiro que o negócio é ir pra beira da praia vender pulseirinha feita a mão...ao menos a vista do escritório será boa demais!

sábado, 25 de abril de 2009

Bem-Vindos, Welcome, Bienvenues, Bienvenidos, Welkom...

Sejam muito bem-vindos todos os amigos e leitores que falam português ou tentam (estrangeiros que acham o português fácil)...

Este é meu exílio, voluntário, verdade porque que foi de livre e expontanea vontade estar aqui neste espaço e aqui em Amsterdam na Holanda ou como diz minha mãe na Neverlands (Terra do Nunca, lembra do Peter Pan?).

Pois é, me deu uma saudade de compartilhar todas estas idéias malucas e sensatas que invadem meu pensamento. Tenho esta necessidade de dividir, de pedir opinião, mesmo sabendo que no final faço o que acho, gosto de saber como as outras pessoas pensam. De trocar idéias como fluídos necessários para fazer o cérebro andar. Nada melhor, pra mim do que uma bela conversa para anteceder momentos em que a conversa é extremamente desnecessária...se é que vocês me entendem...

Quando escrevia pro Jornal NH num sabia mas quem fazia meu trabalho ficar melhor era o leitor pé-no-saco que me mandava um e-mail me avacalhando e me fazia rasgar o jornal de manhã cedinho. Ou o leitor que mandava uma cartinha lá do interior do Vale contando como alguma linha minha tinha mudado seu dia.

Quem escreve planta uma semente no outro, seja da dúvida ou da certeza, do desatino ou da calamaria, mas planta nas profundezas do outro ser. Mesmo que ele não saiba ela está ali no incosciente esperando uma outra idéia que corresponda a esta padrão.

O que você pode esperar deste espaço: uma mistura de reflexão sobre assuntos sérios e as vezes, muitas vezes não tão sérios assim, apesar de tudo e por tudo isso sou conhecida ''mundialmente'''pelo meu senso de humor.

p.s.: Falando em senso de humor...chorei 30 minutos sem parar lendo o final de Marley e Eu...Minha irmã viu o filme e me contou sem vergonha nenhuma que não conseguia ler a legenda de tanto que vertiam as lágrimas nos 15 últimos minutos do filme...uma catartasse....