segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Música nas ruínas de Sarajevo....

10 Minutos...

Tem dia que a gente tá chateado, que não vê saída pra nada e ainda por cima bate aquela saudade louca da sua cama box, vazia no seu ex-quarto na casa dos pais...Comida da mãe, café na vó...Existem dias assim, principalmente pra quem é praticante do exílio voluntário. Geralmente o repé vem no domingo, como em qualquer lugar do mundo. Ainda mais durante aquele domingo que é coincidentemente uma daquelas datas comemorativas melosas tipo o dia dos pais.

Num destes dias cinzentos fui chorar as pitangas na casa do Jorge, meu amigo portuga e vizinho, mas antes de tudo amigo de todas as horas. E a queridíssima da namorada dele, Svetlana, sérvia me contou uma história de arrepiar os cabelos do braço.

Todo mundo sabe da Guerra da Bósnia-Herzegovina, que destruiu os Balcãs aí pelos anos 90. Pois é, a Lana não sofreu nenhuma baixa na família porque a cidade dela era longe. Mas ela tem uma amiga que morava em uma das partes ocupadas com franco atiradores e tal. A família da amiga teve a sorte de ser avisada de que eles teriam 10 minutos pra pegar itens essenciais para sobrevivencia e deixar uma casa de uma vida toda, sem olhar pra trás. Os pais pegaram documentos e a menina um álbum de fotografia.

Alguns dias atrás uma amiga muçulmana me disse uma frase muito sábia: Só sobrevive que não esquece das suas origens e foi o que a menina Bósnia fez, num ato de pânico e desespero por salvar a memória que a fez viver os tempos difíceis de refugiada de guerra.

Não sei se foi o vinho do Porto ou a história ou ainda por cima o jeito que a Svetlana contou mas eu realizei que o camundongo que mora na minha casa era tão assustador assim.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Junho...


Junho foi tão ocupado, passou tão rápido que eu sou capaz de esquecer alguma coisa pelo meio do caminho. Então resolvi fazer uma retrospectiva dos eventos em ordem cronológica, por favor, note:

1.Dafni: É a minha colega holandesa, da gema ou melhor do queijo bem amarelo assim. Cheia de historias pra contar, umas ate surpreendentes e impublicaveis. Bom, ela me convidou para uma janta grega (sim ela é meio grega) regada a vinho rosé na casa dela. Para abrir o apetite...uma caminhada em um bosque perto da casa dela. E eu fiquei completamente surpresa com a beleza do interior. O cheiro verde, os caminhos marcados por árvores irregulares e as vastas plantações. Foi como estar em casa, no meu Rio Grande do Sul novamente. Delicioso.

2.AC/DC: Sem duvida nenhuma, uma das grandes bandas da historia do rock and roll. Povo do trabalho nunca imaginou a gente lá, três meninas, que gostam de coisas de meninas, mas roqueiras até o último fio do cabelo. E é pra lá que fomos, rezar na igreja do rock. Fantstico ouvir hits como Back and Black ao vivo. O show é mesmo como uma ''railway to hell'', duas horas e meia de show sem parar. Fora o solo de 20 minutos do Angus Young, que com certeza é o cara da banda. Sem voz e descabeladas, voltamos pra casa mais leves no efeito anti-depre to rock.

3. Visita do Fabrício: Grande amigo-arquiteto de Barcelona que veio descobrir as maravilhas escondidas na curva de cada canal de Amsterdam. Volte sempre, diversão mais que garantida!

4. Passeio de barco: Três inesquecíveis horas junto com as pessoas mais legais da Booking.com, faltaram algumas mas os principais estavam lá. Música no máximo e pé na tábua porque o dia é de sol e um drink com o vento em popa, não acontece todo dia.

5. MJ: Fiquei sabendo um dia da morte do Rei do Pop porque um site não-oficial já espalhava o boato. Sabe aquelas coisas que você não acredita? Sério, a saída de cena de Michael Jackson trouxe a tona um belíssimo capítulo da minha vida: a minha infância. No sexta-feira mesmo descobrimos ao acaso uma festa de homenagem a MJ pertinho do meu trabalho. Fiquei surpresa e deixei todo mundo de boca aberta quando sabia de cor quase todas coreografias dele, aprendidas desde pequena, como ele graças aos show dominicais que eu e meus primos obrigávamos minha vó a assistir. Adorei recordar em cada letra, uma memória perdida nos leves e risonhos dias de crianças prodígios. E chorei quando ouvi Ben, me lembrando da história do ratinho. A propósito, tenho meu Ben particular na cozinha, mas isso já é uma outra história.